Vírus
Os vírus são muito pequenos para serem vistos ao microscópio óptico e não se multiplicam fora de suas células hospedeiras. Por isso, embora as doenças causadas por vírus não sejam uma novidade, as partículas virais não puderam ser estudadas até o século XX. Em 1886, o químico holandês Adolf Mayer demonstrou que a doença do mosaico do tabaco (DMT) era transmissível de uma planta doente para uma planta sadia. Em 1892, em uma tentativa de isolar a causa da DMT, o bacteriolo- gista russo Dimitri Iwanowiski filtrou a seiva de plantas doentes em filtros de porcelana construídos para reter bactérias. Ele esperava encontrar o micróbio preso ao filtro. Ao contrário, constatou que o agente infeccioso havia passado através dos diminutos poros do filtro. Quando ele injetou o fluido filtrado em plantas sadias, elas contraíram a doença. A primeira doença humana associada com um agente filtrável foi a febre amarela.
Os avanços nas técnicas de biologia molecular nos anos de 1980 e 1990 permitiram a identificação de vários novos vírus, incluindo o vírus da imunodeficiência humana (HIV) e o coronavírus associado à sindrome respiratória aguda severa (SARS). O vírus israelense da pa- ralisia aguda tornou-se uma preocupação em 2006, quando dizimou cerca de 90% das abelhas polinizadoras em algumas colmeias norte-americanas. Esse novo vírus foi identificado pela primeira vez em Israel, em 2002, e parece circular nos Estados Unidos desde então. Doenças humanas causadas por esses vírus serão discutidas na Parte Quatro. Neste capítulo, iremos estudar a biologia dos vírus.
